sábado, abril 05, 2008

Sem Título

Nasce vazio de título mas não de alma,
Como quem o nada liberta e o tudo espalma.
Cresce na ausência de um ser, como um escudo
Que preenche o tudo com o nada, do nada que é tudo.

Uno esses dois mundos, de diferente essência,
Que vivem da proximidade e da ausência.
Evoluem palavras, preenchendo o mudo silencio,
Como as chamas que apagam este enorme incêndio.

Crescem sem crescer, são sem o ser,
Num mundo preenchido pela insanidade.
Mantenho-me aqui a escrever sem temer,
Por entre esta dura enfermidade…

Sem título, nada mais o é que uma vida,
Um vazio, caminho que preenchemos sem destino,
De uma busca pelo nosso “ser” genuíno.
Até lá caminhamos nesta estrada combalida.
(sem fim a vista!)

André Henry Gris