sábado, abril 05, 2008

Perguntas

Olho-te, por onde andas, sem saber para onde vais,
Procuro-te, sem saber onde nem porque.
Observo na terceira pessoa que já foi primeira,
Sinto como quem só sente, a solidão sem razão.

Procuro uma saída sem entrada,
Na escuridão, busco a lâmpada partida.
Talvez seja eu que não queira encontrar a luz,
Sofro sem sofrimento… como Cristo sem cruz.

Não encontro os erros que fiz, nem procuro,
Fico sozinho, num beco frio e escuro.
Crio uma guerra, que mais nada será
Se não uma vazia esperança de paz.

Luto, sem armas nem meios.
Crio e destruo o teu mais simples receio.
Perdido, sem mapa no caminho certo…
Perdido por nunca poder saber se estarei perto.

Ignorância, que banha a nossa existência,
Nunca teremos as respostas,
Que alimentam uma vida de perguntas.
Para onde vou? Quem sou?
Nunca saberei mais para além de onde estou.

André Henry Gris