sábado, novembro 20, 2004

O Teu Beijo

Sonho com beijos,
Só teus
Imagino os teus doces lábios
A tocarem os meus.
Suaves como seda,
Doces como mel,
Apaixonados, como eu,
Vivendo apenas
na crueldade do papel,
Onde só vejo
Palavras, e letras,
Onde não os sinto…
Mas personificam um desejo,
De um dia….
Tocar e sentir esse teu doce beijo

quarta-feira, novembro 17, 2004

Duas vidas

Tenho duas vidas, uma vivo a outra escrevo, uma tenho a outra era o que eu gostaria de ter, até podia se não fosse o medo de perder tudo aquilo que não tenho. Qual delas realmente sinto? A que escrevo ou a que simplesmente vivo?

Numa há limites noutra esses mesmos não existem. Duas vidas, Dois sonhos uma realidade, um momento para além da felicidade… tudo isto para poder escrever por entre sonhos e viver no pesadelo.

Duas vidas bastantes diferentes, uma sinto na pele, a outra deixo numa folha de papel, escrevo o que sinto ou sinto o que escrevo?

Sinto o que escrevo, porque o que vivo vai para além das palavras, onde o silêncio já disse tudo o que tinha a dizer. E aqui permaneço a espera de escrever, sem caneta, o caminho da vida.

Será o escrever uma forma de cobardia? Uma forma de não enfrentar a vida, virando as costas as dificuldades e em vez disso abraçar as metáforas complexas. As palavras complementam o meu sofrimento e a minha alegria, são duas vidas ambas vividas de forma diferente, uma há-de acabar outra ficara para sempre no papel.

A poesia encontrou-me por entre os problemas da vida, foi aquele sorriso que por muitos anos andava desaparecido, ou simplesmente esquecido que nos momentos mais difíceis sempre esteve presente, com a escrita vem a solidão, talvez seja isso que define a alma poética.

Nada acontece por acaso, acredito no passado porque ainda não vi o futuro, hoje é um reflexo de ontem, por isso agradeço ao passado por escrever, fazendo com que seja um passado cada vez mais presente na minha vida.

Para onde vou, não sei ninguém sabe, no fundo a vida não nos da respostas apenas faz perguntas, enquanto procuramos as respostas poderemos dizer que estamos a viver. Quem não procura respostas e designa-se a esperar… não vive, eu agradeço a tudo e a todos principalmente a poesia, por ter começado a viver… vivo duas vidas e as duas fazem-me sentir vivo, qual delas é a mais real? Não sei...