terça-feira, janeiro 31, 2006

Poesia

Crio, no vazio
Desta folha branca.
Preencho de palavras
Sentidas e vividas
Por entre a dor,
De outros tempos.
Crio a cor,
Onde não havia,
Chama-lhe de poesia
Eu de desabafo,
Porque em cada paragrafo
Preencho o sentimento
Vazio que em mim predomina,
Sentimentos que contamina,
A folha branca,
Que outrora respirou o silencio
Do meu vazio.
Preencho o que nunca pensei preencher,
A dor que antes fora dor,
Hoje é alegria
Por ver estas paginas preenchidas
Com poesia.


André Henry Gris

domingo, janeiro 22, 2006

duas faces

Digo-te que sim,
Digo-te que não
Talvez,
A resposta seja de vez
Talvez não.
O meu coração diz que sim
E não teme em amar.
A cabeça diz não,
Pois teme ser magoada.
Assim…
Deseja que tudo acabe,
Mas o coração
Diz que não!
Ele… Deseja sofrer,
Pois assim é amar -
É não ver
O que é obvio;
Não ver,
O que destrói;
A realidade enfeitada
Numa ilusão perdida.
- Vivo entre esses dois mundos
As duas faces,
O sim. O Não.
Como Quem deseja o irreal
Mas mesmo assim persiste,
Por entre um amar banal,
Em busca do que resiste,
Ao tempo que passou.
Ai dor de quem magoou!
De quem deixa ser magoado!
Dor de quem sente raiva
E de quem dessa raiva amava.
Dor de querer ser feliz,
Dor de quem alegremente,
Fala e sente o que diz.

André Henry Gris

segunda-feira, janeiro 16, 2006

Recordar

Como é bom recordar,
Esse teu doce olhar.
A tua suave voz,
Caminhando por entre nós.

Recordar o teu riso,
De quem de uma vez só
Lança um gigante sorriso.
Que fere quem está só.

Onde está a minha princesa doce?
Que de outros tempos trouxe
Felicidade e brilho neste olhar perdido.

Onde está essa ternura,
Que de outros tempos foi a cura
Para todos os meus maus momentos.

Quero-te porque te quero,
Porque espero,
Por uma hipótese pouco provável
Para sentir de novo o sentimento Imaginável

Quero-te, não vou desmentir,
O que pelo meu olhar consegues ouvir.
Não vou ser falso, nem mentir.
Ainda desejo ouvir,
Aquelas palavras, ditas - no silêncio,
daqueles momentos de amor esplêndidos.

Um passado que não foge,
Um Futuro que não encontra,
O Ontem que desejo hoje,
O Amanha que queria como todos
Os que foram ontem…


André Henry Gris

Se um Dia.....

Se um dia,
Por entre esses teus olhares,
Falares,
As palavras que desejo ouvir,

Se um dia,
Esses teus suaves beijos,
Tocarem,
Nos meus lábios,
Sem medo de acabarem.

Se numa noite,
Os meus lábios,
Sentirem a tua pele, lentamente,
Sem limite.

Serei poeta,
Que sente o que escreve,
E que escreve o que sente,
Porque te sente a cada momento.
Sem tempo… para acabar.


André Henry Gris

domingo, janeiro 15, 2006

A "morte"

Temo o esquecimento,
Não a morte.
Temo que julguem
O sentimento
Que depositei
Nas palavras que declamei.

Temo,
Que deste humilde poeta
Não reste uma letra,
De tudo o que ele passou.
Dos versos de quem amou,
Das lágrimas que chorou.

Temo pelo esquecimento.
De não ser recordado.
Que as palavras
Vivam na memória,
De quem já se esqueceu,
Onde outrora, foram gloria
Para quem leu.

Não temo,
A morte nem a vida.
Temo o ser esquecido.
Por todo e qualquer individuo.
Não temo a morte,
Pois para ela não tenho saída.
(já conheço a sua Sorte).

André Henry Gris

Ontem sonhei que...

Ontem Sonhei que...
O sentimento não existia,
Nas palavras que escrevia.
As sílabas não se liam,
As palavras desapareciam.

Sonhei que nunca mais iria escrever,
O que tanto fez sofrer.
Um castigo, de viver no sofrimento
Sem o refugio, do meu sentimento.

Sonhei que…
Todas as folhas brancas,
Já estavam preenchidas.

Sonhei que…
A tinta da caneta, tinha secado
E eu, sem forças abracei o pecado.

Voltei atrás no tempo,
Em busca de respostas.
Dessas perguntas dolorosas
Contemplei o silêncio.

Procurei, na ausência do meu ser,
O porque de não conseguir escrever.

Sem palavras o meu mundo tornou-se pobre,
Sem ouro nem prata… apenas cobre.

Um mundo, escuro e cinzento,
No qual eu agora habitava.
Procurava em todo o alento
Por uma simples palavra.

De repente acordei,
Dessa ausência de riqueza,
Pintei a tua maior beleza,
Com as palavras que de novo conquistei.


André Henry Gris

Ultimo suspiro

Um último e leve suspiro,
Marcou a morte deste passado,
Que eu agora, partilho,
Com um leve, coração destroçado.

Podia ter sido diferente.
Olhei eu para ti, com aquele olhar
De quem não mente.

Tantas foram as vezes que desejei amar,
Num único e leve silencio.
Só ai sozinho, aprendi o que era desejar.

Agora envolto desta tortura.
Marco o último suspiro,
Que eu lentamente respiro
Por entre a noite escura.

Desejei que fosse diferente
Mas não foi,
Agora crio, uma morte anunciada,
Nunca antes desejada.

Choro pela dor que outrora marcaste
Quando a tua saída anunciaste.
Continuas presente,
Como quem quis que tudo fosse diferente.

Mas não é… e no último momento,
Desfaz-se todo o sentimento
Que foi um dia ter amado.

André Henry Gris

quinta-feira, janeiro 12, 2006

Reviver o Passado

Revivo o passado
Com Saudade
Num olhar deslocado
- Ai é da idade!

Procuro num passado,
Saudoso,
Como quem desejoso,
Deseja que o tempo volte atrás.

Serei eu capaz,
De viver na sombra,
Como quem, não encontra
No presente, paz,
De outros tempos.

Destes pequenos,
Contratempos,
Deveria, criar, novos momentos,
Sem olhar para trás.
- Não sou capaz.

Perdoai-me, por ir atrás
De um passado,
Que deveria, estar acabado.
-Mas é lá que reencontro a paz.

- Perdoai-me por não ser capaz!!!!

André Henry Gris

sábado, janeiro 07, 2006

Arco-íris

Esta Tarde contemplei o Arco-íris,
Relembro, sinto, o dia em que partiste.
Havia o sol, de repente, o céu escureceu.
Hoje, já brilha mas de ti, não há sinal.

Apenas a lembrança, saudosa compareceu.
Na alma, de quem se arrependeu.
Perdi, esperança em encontrar alguém igual.
Criei a tempestade apenas para ver um arco-íris
Pelo menos uma vez na vida, até tu partires.

Se soubesse, nada tinha sido assim.
No início criei um fim prematuro.
Um fim que ainda hoje prolonga
A dor de quem nestas palavras afoga.


André Henry Gris

quinta-feira, janeiro 05, 2006

A minha vida em poemas III

Su--!?!

Foste quem mais amou,
Eu… quem mais te magoou.

Peripécias do destino trocado
No entanto,
Fica a lembrança de um passado,
Das certezas de felicidade.
Onde a tua infelicidade
Foi fazeres sentir amado,

Que estranha realidade esta,
Faltou a chama,
Que consome a alma,
De quem ama.

Faltou tanto e tão pouco.
Segui a incerteza –
Amei-te,
Criei sorrisos.
Magoei-te
Fiz nascer lágrimas,

Paginas de sofrimento.
Criadas sem razão,
No finalizar de uma paixão,
Que eu tentei prolongar.
O teu erro… foi amar!!!


André Henry Gris

quarta-feira, janeiro 04, 2006

Direitos de Autor

Podes roubar,
Um poema meu,
Um terço dele,
Uma frase.

Mas nunca
Será teu.

Poderás até moldar
À tua imagem,
Continuará a não ser teu.

Não, te impeço
Que o faças,
Poderás,
Retirar-me as palavras,
Ideias,
Poderás mudar
O que é meu.

No entanto…
O sentimento
Esse…
Nunca será teu!

André Henry Gris

terça-feira, janeiro 03, 2006

A minha vida em poemas II

Na escuridão do meu quarto,
Parto,
De um passado,
Em busca de algo,
Que não sei.
Fico naquele quarto
Frio,
Como o sentimento,que
em mim Caminha… parado.
Não vou a lado nenhum.
Desejo fugir.
Desejo cair,
Morrer, naquela escuridão vazia.
Onde antes uma criança nasceu.
Gritei por ti meu deus.
Olhei para os céus.
Como todos os outros.
Não obtive resposta.
Perdi a fé,
Perdi a esperança,
Como em mim perdeu-se a criança.
Cresci no sofrimento, antes do tempo.
Tudo mudou, naquele tempo.

André Henry Gris

A minha vida em poemas I

Procurei-te,
Por aquele beco escuro,
Naquela cadeira abandonada.
Procurei por tudo
por nada.
Pelas lembranças perdidas.
Por outras não esquecidas.
Procurei,
Por todo o lado-
Na cama inundada do nosso cheiro;
Sofá do nosso primeiro beijo;
Rua onde outrora caminhamos;
Lutas que heroicamente travamos.
Derrotas e vitorias
Dessas nobres batalhas.
Iluminadas por um sentimento,
Perdidas no sentido da vida.
No meu, coração, guardo, a batida,
Do nosso, primeiro, beijo.
Guardo o sabor e a dor do final,
Guardo a recordação de um amor sem igual.


André Henry Gris