sábado, abril 05, 2008

Sinceramente / já não acredito

Sinceramente… / Já não Acredito

Acho que amei intensamente,
Demasiadas vezes, tantas
Que talvez hoje, sejam elas o espelho
Do meu arrependimento.

Tudo teve um significado,
Naquele simples e perfeito momento
Onde esse amor nasceu, não!
Não importa o muito ou o pouco
Que tenha vivido… nem mesmo como morreu!

O que interessa é que ele aconteceu
No coração e na alma de quem dele viveu

Já não acredito…

Porque sempre que olho com olhos de quem vê,
Nasce a dor de quem não crê,
Vejo o infinito que não desejo ver.

Olho o longínquo que passou
A dor que ultrapassou,
Nesse infinito revejo vezes sem conta
O que se aconteceu de uma forma ou de outra.

Vejo com os meus olhos ou sou visto com os teus,
De uma forma ou de outra esses momentos
Serão sempre meus!


André Henry Gris

A Dor

Essa dor que em ti observo,
Nesse olhar sem voz,
Essa dor de silencio perverso
Que de tão silencioso faz-nos sós.

Dessas lágrimas,
Que de ti escorrem vejo feridas,
Que por entre dor aparecem
Abrem… profundas e esquecidas.

Desse teu sorriso
Que de longe aparece esquecido,
Dum sinal longo e perdido.
É tesouro para quem não desistiu.

Com essa verdade enganas,
E com a verdade, deixo-me ser enganado.
Dessa dor sofro, dessa dor preciso para saber ser feliz.
Essa dor, devia ouvir tudo o que diz..

Essa dor…
Que por vezes não quero ouvir,
Simplesmente, limito-me a fugir.
No entanto…
Essa voz caminha atrás de mim,
Como a morte… que procura um fim.

Dessa dor,
Nasce a vida que de mim estava perdida,
Nasce a alegria que por detrás da tristeza existia
Da dor tudo nasce… da dor tudo se perde.


André Henry Gris

o tempo

Tempo que com pressa passa,
Tempo que sem pressa fica,
De Quem sente a dor,
Dos minutos que lentamente passam.

Em que cada ponteiro,
É uma faca espetada contra nós.
Quem somos nós para controlar o tempo?

O tempo enrola a nossa vida, num turbulento
Temporal, onde nada mais está presente.
quem controla o tempo? seremos nós ou ele ?

Estaremos sós quando nada mais temos,
Se não esse tempo, presente que escasseia,
A cada momento em que a dor espreita.
Seremos nós os poderosos, por sermos racionais,
Quando temos apenas o tempo, nada mais?

Quantos mais minutos terão,
Ate aprendermos, que nada mais temos
Se não o tempo que aqui ficamos.
Não vivemos cada minuto… apenas morremos
Vamos morrendo caminhando para o final dum tempo.

A vida é nada mais, nada menos, que um relógio contra nós.
Se fossemos contabilizar todos os nossos momentos
Iríamos perceber que muito perdemos do que tão pouco resta.

No entanto, sem resposta para o presente caminho em frente,
Porque do futuro… não sobra nada,
Se não um tic-tac abraçado com a morte.
Só a morte… não tem tempo.


André Henry Gris

Significado

Já, não significas mais nada, para além desse passado,
Que agora observo de braços cruzados.
Sinto que as lembranças já não existem.
E dessa antiga esperança só resta uma leve vertigem.

Odeio tudo, porque quem sente também odeia.
De uma forma ou de outra odeio o que me rodeia.
Talvez por querer por uma ultima vez,
Mesmo que sabendo que nunca será de vez.

Tudo desaba quando acaba a esperança,
Quando se deixa de ver nos olhos de quem ama,
Aquela chama, que nos faz acreditar sem pressa,
Que nada é nosso tudo é dela.

Acabou pouco antes de ter começado,
No entanto preso num passado,
Que tentei repor o que já tinha passado.
Hoje falo com um futuro que antes ficava calado.

Abraças-te o tempo com a minha ausência,
Procuraste-me tentando destruir a minha paciência.
Foste ao meu encontro pensando que eu estava sempre lá
Enganas-te porque já lá não estou.

Nem estou cá, nem sei onde estou.
Mas sei quem sou!
Sei que estou melhor sem ti,
Mesmo guardando o que um dia senti.

Guardo numa caixa fechada de memórias
Que hoje já são historias,
Para quem estes poemas escreve…


André Henry Gris

Um sonho

Palavras esquecidas pelo tempo,
Olhos que observam em silencio,
Um sonho esquecido desde o inicio

No sonho que todos sonhamos,
Que muitas vezes nem acreditamos.
Lágrimas derramadas… de palavras
Vazias e cheias de dor e de magoa.
Por termos acreditado…

Sorrisos preenchidos de momentos
De uma ilusão de quem crê nos sonhos.
Miragem para os olhos mais descrentes
De quem com a dor aprender a ver.
O que antes não conseguia.

Leio dessas palavras a dor de outros tempos,
De quem acreditou num sonho… de quem lutou por ele.
Olho para esse sonho agora disperso e distante… sem medos.
Já não acredito num sonho, porque a dor matou tudo o que restava dele.

Hoje, descrente mas sem medo de olhar em frente,
Com precaução, de quem sofreu por vezes sem noção,
Olho para que não se repita, todo aquele sonho de quem acredita
De quem acredita…No que realmente não existe
É triste mas esse sonho aqui já não habita.

André Henry Gris

O teu olhar preenche

O teu olhar preenche o mais vazio dos poetas,
Preenche por entre sonhos e letras.
Enches de inspiração que não existia,
Desfazes essas escuras palavras vazias.

Impões-te, neste ser poeta sem ser,
Fazes o pequeno poema crescer.
És o raio de luz que a escuridão invade,
Transforma ilusão em realidade.

És um leve e singelo olhar,
Marcante para quem não sabe amar.
Invades e preenches por entre a dor
De forma tal… que deixa de ser real.

Um olhar que preenche o meu,
Este poema que um dia será teu,
Como um espelho reflecte,
Quem duma palavra diz o que sente.

Pelo teu olhar, afirmo que já sei amar!

Mil Palavras

Mil palavras repetidas, perdidas num tempo,
Que entrou em contratempo!
Quantas foram as vezes que por entre poemas desabafei,
Sentimentos que em ti encontrei?

Quantas foram as vezes que dum só sorriso,
Fazia nascer vezes sem conta o teu riso.
Quantas pequenas letras usamos,
Para formar palavras já outrora conquistadas.

Quantos foram os segundos, que repetimos juntos,
Sem medo de repetir.
Quantas lágrimas foram “criadas”, por ver-te partir,
Sem certezas de voltares.

Mil e um sentimentos repetidos,
Palavras rescritas, varias vezes sem medo…
De perder tudo o que já conquistamos.

André Henry Gris

Mil Palavras

Mil palavras repetidas, perdidas num tempo,
Que entrou em contratempo!
Quantas foram as vezes que por entre poemas desabafei,
Sentimentos que em ti encontrei?

Quantas foram as vezes que dum só sorriso,
Fazia nascer vezes sem conta o teu riso.
Quantas pequenas letras usamos,
Para formar palavras já outrora conquistadas.

Quantos foram os segundos, que repetimos juntos,
Sem medo de repetir.
Quantas lágrimas foram “criadas”, por ver-te partir,
Sem certezas de voltares.

Mil e um sentimentos repetidos,
Palavras rescritas, varias vezes sem medo…
De perder tudo o que já conquistamos.

André Henry Gris

Distância

Nessa distância, nasces, sonhadora, amante
Que incessantemente, vive distante.
Observo a dor da saudade na longa verdade.
Vejo-te sem ver, sinto-te sem ter.

As minhas mãos tocam e provocam o teu corpo
De um sonho que durante a noite sabe a pouco.
Toco-te na distância, aprendo a saborear,
Está distante e estranha forma de amar.

Estaria ai se pudesse, mas não posso.
Deste teu filho que viste nascer
Cresce longe de ti com ambição de vencer.

Quero regressar para os teus braços
Com longos e triunfantes passos
Como quem na distancia não te esqueceu.
Poderei viver distante até nunca mais voltar…
Mas serei sempre Teu.

Procuro-te mesmo na distância,
E nela vives no meu olhar
Da alma irá brotar a tua presença,
Que preenche a dor…
essa dor da tua ausência…


André Henry Gris

Quero-te

Quero-te porque quero,
E desse querer profundo espero.
Aliado a um tempo que alimenta a esperança,
De quem sem tempo alcança.

Conquisto-te por entre esta poesia,
Como palavras por entre folhas vazias.
Letra a letra, olhar em olhar,
Inspiração que nasce para conquistar.

Respiro sem ar quando te vejo,
Sem razão sem sentido.
De quem só se sente preenchido,
Por entre este nosso secreto desejo.

Desejo esse… que a noite alimenta,
No dia que por ti embala.
Por entre um sentido vazio sem ti,
Preenche o medo de um tempo que perdi.

Olho-te sem olhos de quem crê,
Sinto-te na poesia de quem lê,
Vejo-te sem certezas de quem vê,
Oiço-te sem voz mas…
Cada segundo que passa sinto-te mais presente.


André Henry Gris

Perguntas

Olho-te, por onde andas, sem saber para onde vais,
Procuro-te, sem saber onde nem porque.
Observo na terceira pessoa que já foi primeira,
Sinto como quem só sente, a solidão sem razão.

Procuro uma saída sem entrada,
Na escuridão, busco a lâmpada partida.
Talvez seja eu que não queira encontrar a luz,
Sofro sem sofrimento… como Cristo sem cruz.

Não encontro os erros que fiz, nem procuro,
Fico sozinho, num beco frio e escuro.
Crio uma guerra, que mais nada será
Se não uma vazia esperança de paz.

Luto, sem armas nem meios.
Crio e destruo o teu mais simples receio.
Perdido, sem mapa no caminho certo…
Perdido por nunca poder saber se estarei perto.

Ignorância, que banha a nossa existência,
Nunca teremos as respostas,
Que alimentam uma vida de perguntas.
Para onde vou? Quem sou?
Nunca saberei mais para além de onde estou.

André Henry Gris

Aquela que nunca tive

Saudades, daquela que nunca foi minha,
Dona desse desejo que para ti caminha.
Saudosos momentos que nunca tivemos,
Estranhamente dona dos meus desejos.

Desejo o que nunca tive,
Ilustrado numa parede sem cor,
De quem vive por entre a vida sem amor.
Contenho-me porque apenas sou quem escreve.

Revivo o que nunca vivi, sem lógica,
Abandono a meio de uma já existente historia,
Vivo o que já vivi nem que tenha sido pelo desejo
Que abraço durante a noite, onde vi o que já não vejo.

Entro nesse mar! Por mais passos que de…
Não saiu do mesmo local, ali mergulho por entre a areia
Imagino que é o amor que banha esta epopeia
De quem escreve o que não vive…

De quem perde, quando tinha tudo para triunfar.
A dor que deveria ser amar.

André Henry Gris

Monotonia

Sinto, sem forças para levantar,
Caiu, abalado por um silêncio,
De feridas que ferem sem cicatrizar.
Da dor que nasceu sem inicio.

Tento, sem conseguir,
Ostento nada mais, apenas partir.
Larga-me! Não o quero, afasta-te
Acaba logo, deixa a dor fazer mate.

Leva, a dor que nada mais é que dor.
Deixa-me! já não quero ser o teu criador,
Aquele que é detentor do toque magico,
Dessas palavras… abdico.

Deixa-me fugir, para longe,
Já não quero ser quem protege.
Agora serás tu, que irás enfrentar esse enredo,
Deixa-me adormecer, não quero acordar cedo!

No entanto na noite não saberei quem sou,
Sentirei o vazio que já pensei sentir.
Abraço de novo como quem já não quer partir.
No entanto amanha… não sei para onde vou.


André Henry Gris

Sem Título

Nasce vazio de título mas não de alma,
Como quem o nada liberta e o tudo espalma.
Cresce na ausência de um ser, como um escudo
Que preenche o tudo com o nada, do nada que é tudo.

Uno esses dois mundos, de diferente essência,
Que vivem da proximidade e da ausência.
Evoluem palavras, preenchendo o mudo silencio,
Como as chamas que apagam este enorme incêndio.

Crescem sem crescer, são sem o ser,
Num mundo preenchido pela insanidade.
Mantenho-me aqui a escrever sem temer,
Por entre esta dura enfermidade…

Sem título, nada mais o é que uma vida,
Um vazio, caminho que preenchemos sem destino,
De uma busca pelo nosso “ser” genuíno.
Até lá caminhamos nesta estrada combalida.
(sem fim a vista!)

André Henry Gris

Fujo

Fujo para longe dum distante saber,
Vejo-te ao longe, sem querer.
Não consigo afastar os olhos dos teus,
Caminho distante sem dizer adeus.

Fujo, irei voltar aos teus braços,
Vivo distante e saudoso dos teus abraços.
Luto e enfrento, sem saber, luto contra mim,
Rumo de encontro a ignorância é melhor assim.

Prossigo este caminho, sem querer.
Afasto-me, do amargo – já foi doce alimento.
Emigro, para longe desse destino fraudulento.
Procuro o conhecimento… como quem tenta esquecer.

Não fujo, para abraçar o esquecimento.
Sei que não vou esquecer… afasto-me para reviver.
No meio desta odisseia, sinto a cor a desaparecer.
Essa luz, apaga-se… permaneço… sem alento.


André Henry Gris

Culpado!!!

Achei-te num poema, sem palavras.
Numa melodia sem som.
Foste aquele dom que atrai poesia.

Numa noite sem lua,
Desejei que fosse tua,
Esta dúvida que é tortura.

Enriqueces o meu poema,
Alimentas a dúvida,
Que nasce neste dilema.

Guardo-o para mim, ninguém
Necessita saber o que está além.
Apenas aquela que o meu desejo contém.

Num dia sem sol serás,
Aquela que parte sem luz.
Mais ninguém só tu…

Luto num escuro,
Que nada mais será que puro,
Pois nunca será maduro.

De um momento prematuro,
Nasceu quem procuro…
Morrerá sem futuro.

Serei, encontrado,
Aquele que nunca foi procurado.
Perdido… sem palavras… serei culpado.

Admite que não serás mais,
Que um pecado de tons iguais.
Não serei o último pois há mais iguais.

Culpado, porque encontrou
Aquilo que nunca procurou.
Dessas palavras morreu, por elas matou…

André Henry Gris

A vossa Visão

Não temo, compreendo a diferença de quem vê,
Não sente como escrevo outras palavras lê.
Substitui as minhas rescreve no seu sentido.
No entanto nada sabe sobre este desconhecido.

Para uns serás o sol que brilha no dia,
E a lua rodeada de estrelas que encanta a noite.
Para outros serás sol que brilha a meia-noite,
A lua que sem estrelas nasce num dia sem magia.

Será um quadro pintado de diferentes cores,
Uma diferente para cada um que lê este poema.
Cada letra será preenchida por 1001 dores diferentes,
A dor que preenche o vazio das palavras sem tema.

Pinta-lo na tela como pretenderes,
Serei apenas poeta… que observa
O que com as minhas palavras escreves,
Forneço-te caminho, tu segues o destino que cada letra conserva….

André Henry Gris