sexta-feira, outubro 14, 2005

Utopia num olhar

Utopia num olhar de quem vê e não sente,
Destinado ao vazio de um sonho,
Por onde de braços abertos, caminho.
Abraçando o futuro incerto de quem sente.

Quantos se arrependeram da ilusão
Por nós criada, ou da beleza de toda a criação?
Da oportunidade, perdida ou da fraqueza concretizada.
Quem se lembrará do utópico olhar da sua amada?

Aquela utopia das certezas do amor,
Ou sangrenta da raiva e dor.
Mais uma utopia, por entre inúmeras,
Criadas, por entre certezas não realizadas.

Quantas mais iremos criar, até podermos gritar
O grito que nos irá libertar desse preso olhar.
Libertar de uma utópica ilusão,
Que nos faz olhar, para onde não há razão.

André Henry Gris Rodrigues

sexta-feira, outubro 07, 2005

Acabou...

Acabou!!
Mas como?
Se ainda agora começou,
Foi fruto de um breve destino
Dividido entre personalidades.
Uma realidade ausente
Por entre as verdades.

Foram caminhos traçados
Que dividiram os traços
Desse quadro
Por nós pintado.

Foram tantas as noites
No nosso quarto,
Fosse na rua ou em casa,
foi-se Tudo.., ficou a saudade
Ou a triste sina desta nova realidade

Questões pressupõem-se
Aos sentimentos
Será que deixei que tudo corre-se,
Ou corri atrás?
Desejei a paz?
ou criei a guerra.

Será que fui capaz
Ou incapaz de aceitar
Essa responsabilidade?

Choro pela realidade
Que outrora foi felicidade
Lágrimas que caem ao meu redor
Fazem a dor de saber o que é o amor.


Há quem diga que o amor
É dor, outros que é sabor.
Se assim for
No meu paladar
É amargo no seu gosto.

Mesmo assim imagino
A beleza do teu rosto
E por uns momentos,
O amargo torna-se doce
Como se sempre assim fosse
Por um breve instante
O amargo fica distante.

Torna-se o paladar
Que todo o cozinheiro
Deseja cozinhar
O quadro que todo o pintor
Deseja pintar,
A rima que todo o mc
Deseja rimar.

És o que és
Eu apenas desejo te amar
Distante desta dor e sofrimento
Desejo que o amargo
De lugar a doçura
Assim como tu deste lugar
A felicidade derrotando a tristeza do meu ser

Quero que o amargo
De lugar a doçura
Da tua ternura
Liberta-me
Para eu poder-te libertar,
Doce é ser amado
Porque amar pode ser amargo


André Henry Gris Rodrigues

quinta-feira, outubro 06, 2005

Um

Num universo,
Um verso,
Destemido
E sentido,

Por entre o sabor
Uma única cor,
Sinal de beleza
E pureza.

Um livro,
De uma única pagina
Onde crio
O que a minha mente imagina.

Por entre um nome
Uma palavra,
Encontro-me eu
Um poeta.

Só um
Existe tanto,
E ao mesmo tempo
Tão pouco.

Estou rouco
De tanto gritar,
Sinto-me louco
De acreditar…

Que um dia
Todos iremos amar!!!

André Henry Gris Rodrigues